Os dilemas da humanidade e a seleção natural (mais uma vez!!)

Erechim, 18  de fevereiro de 2013

      A Reunião para Discussão de Artigos do Ecomorf, ou RDAE (mentira, não tem esse nome!!), de hoje foi muito interessante (parece que a Biologia da Conservação traz angústias ao meu orientador!). Falamos sobre alguns dilemas da humanidade, avanços tecnológicos, viagens intergaláticas e materialização de hamburgers (morram de inveja do meu trabalho!) e, claro, a falta de acesso às tecnologias por parte da população mais pobre.
       O assunto "pobreza" é um pouco delicado, pois muitos não dão a mínima importância enquanto outros têm o desejo de ajudar, distribuindo recursos, como água, alimento, saúde, educação, e essas coisas que parecem tão bonitas, mas são difíceis de sair do papel; intenções que raramente viram ações... Claro que eu faço parte do segundo grupo, e minha ação tem sido ser professora (acreditem, é uma grande coisa!).
      Deixando a parte humanista da história de lado, como bióloga (ou futura bióloga, como queira) não pude deixar de fazer uma observação um tanto quanto desumana: Não seria essa pobreza uma forma de seleção natural? 
      Na África (ou qualquer outro ambiente inóspito da Terra), onde os recursos são escassos, muitas pessoas (muitas mesmo) acabam morrendo pela fome ou acometidas por algumas doenças. Nesses locais, apenas os indivíduos "mais bem adaptados", ou seja, com maior imunidade e mais resistentes à falta de nutrientes, é que sobrevivem. E isso acontece da mesma forma como acontece com outros animais (e com plantas também, para completar a minha blasfêmia)! 
      A prova mais comum de que o ser humano é um animal como qualquer outro é a seleção sexual. Ou vai me dizer que homens fortes (para nos proteger) e mulheres com seios fartos (para amamentar) e ancas largas (para parir) não são "mais atraentes" que homens e mulheres franzinos? Nós só não temos predadores porque aprendemos a nos defender, vivendo em grupo e utilizando armas (coloque um homem desarmado sozinho em frente a um urso faminto e veja o que acontece!).
       Me enrolei demais, como de costume. Mas, em síntese, o que quero dizer é que tudo o que acontece com a humanidade é a evolução. Seleção natural, tal qual como acontece com todos os seres vivos da face da Terra! Infelizmente nossa cultura nos impede de nos ver como simples animais. E, talvez, esse seja nosso maior problema, pois, se nos enxergássemos como membros integrantes do meio ambiente, não seria tão difícil conservar a natureza.

Primeira reflexão sobre Portugal

Erechim, 08 de fevereiro de 2013

      A insônia é minha maior motivadora para escrever esse diário. Até agora, só dois textos foram escritos durante o dia! Mas isso foi apenas uma observação...
      O motivo para eu estar escrevendo é o futuro, ou seja, o mestrado.
     O Gui foi aprovado na primeira etapa do Ciência Sem Fronteira, para ir estudar um ano em Portugal. Quando ele se inscreveu, eu fiquei empolgada e pensei em ir junto, porque um dos meus maiores sonhos é morar um tempo fora do país. Mas, agora, pensando melhor, se eu ficar um ano fora, acho que vou "esfriar" pro mestrado. Claro que eu posso aproveitar esse tempo lá pra estudar, ler a bibliografia indicada das seleções que eu quero fazer... Mas o que me preocupa é parar de produzir, ficar um ano sem pesquisar nada, sem ir a eventos, sem publicar nada. Se eu for, talves seja um ano morto pra minha carreira.
      Sei que na hora de decidir vou saber o que fazer. Ainda tenho tempo para pensar, então, fica aqui apenas a primeira reflexão sobre o assunto...

Carolus Linnaeus, o safadinho...

Erechim, 04 de fevereiro de 2013

      Estava lendo o artigo que será discutido hoje à tarde, no Ecomorf, e me espantei ao ver que Linnaeus descreveu a planta do estudo. Depois disso, só conseguia pensar "Meu Deus! Ele descreveu quase todas as plantas que eu conheço!".
      Então, fui pesquisar a respeito e descobri que ele é um grande sem-vergonha! Eu o imaginava como sendo um desbravados, que viajava pelo mundo inteiro, coletando e descrevendo espécies dos lugares mais longínquos... Estava enganada. Ele fez uma que outra excursão, mas não viajou pelo mundo inteiro! O safadinho (que, a propósito, era médico e não naturalista) pegava as plantas do jardim de George Clifford (que, a propósito, nunca levou o crédito), que tinha espécies do mundo inteiro trazidas por mercadores holandeses!! 
      Que decepção hein, seu Carolus!!

Nota:

      Não tiro todo o crédito dele, porque, com certeza, ele era muito inteligente (só um exemplo: foi pra a Universidade de Harderwijk, nos Países Baixos, pra fazer o doutorado e concluiu em poucos dias!).