Como um livro e algumas críticas podem mudar seu pensamento

 Acabo de ler o livro "Histórias Impublicáveis Sobre Trabalhos Acadêmicos e Seus Autores" de Efraim Rodrigues. Muito engraçado. Rá. Rá. Sério. É engraçado. Mas achei meio triste. Me fez refletir sobre todo meu trabalho acadêmico até agora (4 anos de iniciação científica e o trabalho de conclusão de curso). Será que tudo o que eu fiz até agora serve pra alguma coisa? Sim, claro!! Serviu pra me ajudar a crescer. Mas será que serve pra alguma coisa além disso? Acho que não. 
 O primeiro laboratório que trabalhei, tinha um ritmo frenético. Então, meu primeiro projeto de pesquisa não foi muito bem discutido. Só fui ouvir falar em "hipótese" uns três anos depois. Acho que a isso se deve minha incapacidade de elaborar hipóteses e de seguir o método científico. Dois dos revisores do artigo (que foi rejeitado) usaram o termo "tautologia". Primeiramente, obrigada por me apresentarem uma palavra nova! Também agradeço por abrirem meus olhos com relação a esse defeito. Realmente, por não saber elaborar hipóteses, eu vejo meus resultados e os coloco lá na introdução, fazendo de conta que eu tinha uma hipótese! Espero nunca mais repetir isso!
 Enfim. Preciso repensar meu projeto inteiro. Se vale à pena. Se é relevante. E preciso focar no trabalho. Tinha criado alguns projetos paralelos pra aproveitar as noites livres, mas agora decidi que vou arquivar eles por hora e focar no que eu tenho que fazer!
 Estou escrevendo isso pra eu ler de novo daqui um tempo e ver se realmente eu fiz o que disse que ia fazer. É uma forma de ver como mudei. Por exemplo: aquele post sobre os mosquitos! Que viagem foi aquela? Seleção natural tem mais a ver com a reprodução do que com a sobrevivência. Mesmo querendo voltar no tempo e me estrangular, encaro de forma positiva, vendo o quanto eu evoluí. 

Sobre não desistir...

Quando eu ligo o computador pela manhã, uma das primeiras coisas que eu faço é abrir o email. Hoje eu estava com um pressentimento de que não seria muito bom abrir o email. Então, fiquei enrolando, procurando coisas e vendo vídeos na internet e quando não tinha mais o que fazer, abri o email e vi que nosso artigo foi recusado! De novo!
Não estou muito triste porque sei que isso acontece. Só fiquei um pouco chateada porque é a segunda vez que esse artigo é recusado. E tem tantos artigos cheios de erros que são publicados!! E uns com análises tão simples que qualquer um poderia fazer sem se esforçar tanto! (Sem tirar o crédito deles, é claro!)
Mas estou pensando positivo: Walt Disney foi demitido de um jornal por não ser criativo, nem ter boas ideias. A Decca Records não deu uma chance aos Beatles por "não terem futuro no show business". Einstein foi expulso da escola por ser mentalmente lento. O livro "O diário da princesa" de Meg Cabot passou por 17 editoras antes de ser finalmente publicado. Stephen King teve o livro "Carie, a estranha" rejeitado 30 vezes antes de conseguir publicar. J.K. Rowling foi rejeitada 12 vezes e ainda recebeu um insulto de um dos editores, ao recomendar que a escritora “não perdesse mais nem um dia de trabalho”.
Então, não vou desistir. E se esse não for aceito, outros serão e assim seguirá a vida. Afinal, quem mandou eu querer ser cientista?