"Ilustração científica" - Vanessa braziliensis

   Resolvi desenhar alguma coisa que não fosse uma ave e me arrependi completamente. Borboletas são tão cheias de detalhes que quando cheguei na metade do desenho eu desisti e só terminei uma semana depois! Por isso a pintura ficou uma porcaria nas partes em laranja...
   Escolhi essa espécie (Vanessa basiliensis) porque estou procurando desenhar animais com que eu tive algum tipo de contato (por ter trabalhado com eles ou simplesmente por admirá-los). Essa borboleta foi usada pela minha colega de IC no trabalho de conclusão de curso e eu coletei algumas quando fui ajudar outra colega que fazia um estudo de visitantes florais.




"Ilustração científica" - Pica-pau-do-campo

      Segundo desenho e, olha, é uma ave! Juro que o próximo vai ser outra coisa... Peguei umas dicas de como pintar com uma amiga e não tem mais aqueles rabiscos do desenho anterior. Com isso percebi que tenho que praticar bastante, para melhorar cada vez mais!
      Escolhi o pica-pau-do-campo porque eu sempre via um ou dois caçando insetos no gramado da URI e acho o canto deles bem engraçado.



Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris

      Também é conhecido como chã-chã. Possuindo 32 centímetros, essa espécie é facilmente identificável por conta da sua coloração; tem os lados da cabeça e do pescoço amarelos, assim como o peito, o alto da cabeça e a nuca são negros, da mesma forma que o bico e os tarsos, manto e barriga barrados e o baixo dorso é visivelmente branco ao voo. 
      Alimenta-se de insetos, principalmente formigas e cupins. A secreção de sua glândula mandibular é como uma cola que faz com que a língua funcione como uma vara de fisgo para capturar os insetos. Habita campos e cerrados, vive em casais e, às vezes em pequenos grupos. Terrícola, costuma capturar insetos no solo, mas ao se sentir ameaçado procura árvores ou grandes pedras para se proteger.

Estado de Conservação: Pouco Preocupante

Fonte: wikiaves

"Ilustração científica" - Tucano-de-bico-verde

     Então, ontem estava sem sono (que novidade!) e sem nada para fazer, então decidi fazer um desenho. Uma vez, enquanto assistia a uma palestra que mostrava desenhos da "era dos dinossauros", fiquei com muita vontade de fazer ilustrações científicas. Eu já fiz alguns desenhos que forma usados em trabalhos usando o Corel e também fazia desenhos bem legais nas aulas de zoologia. Aí resolvi tentar...
     Só preciso aprender a colorir, porque meus desenhos de Zoo eram só com grafiti. Também preciso descobrir que lápis e papéis usar... Mas como boa autodidata, com o tempo eu aprendo!
      Escolhi o tucano-de-bico-verde pra minha primeira ilustração porque eu o considero a ave mais bonita e chamativa que ocorre na nossa região... 


Um pouco sobre o tucano-de-bico-verde:

      Tem cerca de 50 centímetros, boa parte corresponde ao bico. Pesa entre 320 g e 400 g. São perseguidos por caçadores pela sua carne. Sua voz caracteriza-se por uma sequência de “äk”, “rrät”, “rräit”. Alimenta-se de frutos de palmitos, fruto da embaúba, pitanga, artrópodes e pequenos vertebrados. Com frequência alimenta-se de filhotes e ovos em ninhos de outras aves. 
      Vive em áreas florestadas, desde o litoral até as zonas montanhosas, incluindo as florestas de planalto. Habita a copa de florestas altas, principalmente em áreas montanhosas da Mata Atlântica, em seu interior e nas bordas. Era comum ao longo de toda sua área de ocorrência, tendo entretanto se tornado raro em muitas regiões devido à destruição de seu habitat natural. 
       Estado de Conservação: Pouco Preocupante

Fonte: wikiaves

Polêmicas da humanidade: Deus existe?

Em primeiro lugar: sou ateia. Se você é um cristão ou religioso fervoroso, recomendo que não leia o que vou escrever a seguir. Não estou tentando convencer ninguém, nem pregar o ateísmo por aí. 

Ao contrário da minha conduta (de não pregar o que eu acredito - ou deixo de acreditar), constantemente as pessoas me falam sobre Deus e tentam me convencer que ele existe. Apesar de ser totalmente desnecessário, eu sempre escuto todos os argumentos da pessoa. E entre os argumentos (ou seria o único argumento?) está: "Porque, qual seria o sentido da vida se não existisse um Deus?". E não podemos esquecer daquele "E quando uma pessoa que tinha tudo pra morrer (por um acidente grave ou uma doença rara) sobrevive. Qual a explicação, senão um milagre de Deus?".

Nesses dois argumentos eu baseio minha principal ideia: 

Deus foi inventado pelo homem para que sua vida tivesse sentido e para explicar coisas inexplicáveis.


Houve uma época na história da humanidade em que paramos de gastar tanta energia buscando alimentos, e sobrou energia para outras coisas importantes, como pensar. Imagine-se naquela época: tudo era desconhecido (a não ser aquelas coisas essenciais para a sobrevivência) e, de repente você começa a pensar e a perceber melhor as coisas ao seu redor (claro que não foi "de repente", só estou criando um ambiente mais fácil para imaginar). Então você vê a chuva caindo do céu e pensa: "Por que a água cai do céu?". Então vem um trovão, e você pensa: "De onde veio isso?". E a resposta deve ter sido: "Alguma coisa maior e mais poderosa do que nós, porque nós não conseguimos fazer isso". E, assim, Deus nasceu.

Nós somos, por natureza, animais muito curiosos. Gostamos de observar e tentar explicar as coisas, para que elas façam algum sentido. E quando nos falta a explicação, é mais fácil aceitar uma coisa totalmente abstrata do que ficar sem nenhuma explicação. Com o tempo, a Ciência vem desvendando alguns desses "mistérios divinos". Hoje sabemos por que a água cai do céu, e sabemos de onde vêm os trovões. Mas algumas coisas ainda permanecem sem explicação, como, por exemplo: Por que uma pessoa que tinha tudo pra morrer sobrevive? Eu diria que a resposta é "sorte", ou melhor, o acaso. Mas muitos preferem acreditar em milagres. Não os julgo por isso, porque sei da necessidade do ser humano em ter explicações para as coisas. 

E ainda tem o tal do sentido da vida... Por que estamos aqui, se não para cumprir uma missão de Deus? Bom, estamos aqui porque, por puro acaso e um pouco de sorte, um ser evoluiu formando o ser humano. E quando nossas mães e nossos pais tiveram relações sexuais nós, por puro acaso e um pouco de sorte, fomos mais rápidos ou mais resistentes e chegamos ao óvulo primeiro. Assim nós nascemos, vamos viver e morreremos um dia. E acabou. Era isso. Não precisa de explicação, nem ter um sentido. 

Por fim, respondendo à pergunta do título: Sim, Deus existe. Existe porque o homem o inventou para conseguir viver sua vida sem dúvidas e angústias, mas cheia de sentidos e explicações.

O prêmio "Desastre" de Iniciação Científica...

Todo mundo sabe que eu tenho um problema com prazos. Se não sabe: sim, eu tenho problemas com prazos. Esse ano (como era o último ano de IC) resolvi inscrever meu trabalho pro Prêmio Destaque de Iniciação Científica. Eu já havia ganhado esse mesmo prêmio em 2011, com um trabalho de Educação Ambiental. Mas dessa vez era diferente, porque eu me dediquei muito no meu trabalho com as Aegla. 

Mas... O que os prazos têm a ver com isso? 

Então... A inscrição era até as 17h do dia 16 de agosto. Eu deixei pra mostrar o artigo pro meu orientador no último dia. E quando fui imprimir deu milhares de erros. No fim das contas eu cheguei no Setor de Pesquisa às 17h15min. Mesmo com o setor fechado, dei um jeito de entregar meu pacote com as cópias do artigo.

Aí, no dia 23 de outubro, tinha a entrega do prêmio. Olhei a programação e vi o horário da entrega, pra eu sair do trabalho e chegar na URI a tempo. Por algum motivo desconhecido, eu olhei e pensei que era às 14h30min, mas era meia hora antes disso. Quando cheguei lá, vi meu orientador descendo do palco com o prêmio. Cheguei atrasada. Mas o pior não foi isso. A coordenadora do meu curso meio que gritou pro cara do protocolo que eu tinha chegado e ele falou "Ah, a Gabriele chegou? Então subam de volta ao palco pra fazer a fotografia!". Todos riram, porque foi bem engraçado, mas eu não sabia onde me enfiar. E não foi só isso! Quando chamaram todos os premiados pra fazer uma foto final, eu quase caí da escada do palco. Sou o fiasco em pessoa!


O grumpy cat na minha cara é porque eu estava completamente
 vermelha e suada pela corridinha que eu dei ao chegar na URI.



Era uma vez uma bolsista de Iniciação Científica

A última vez que eu escrevi no Só por Darwin eu estava desesperada fazendo o TCC. Então, desde o último post tive tempo de terminar o TCC, apresentar, terminar a graduação, me formar e ter uma leve depressão pós-formatura. Isso porque com a formatura vem o fim da bolsa de iniciação científica. Nos últimos 4 anos passei de "iniciante" a "pesquisadora" (ou quase isso). Amadureci muito como pessoa e descobri o que quero fazer pro resto da vida: PESQUISA. Claro que pra ter isso como profissão ainda tenho uns longos anos de mestrado e doutorado, mas... Enfim...

Já tenho saudades do tempo de IC, quando minha maior preocupação era se ia conseguir ler o artigo que seria discutido naquela semana... Agora tenho livros inteiros pra ler e não consigo achar tempo pra fazer isso. E quando tenho tempo estou com a cabeça e o corpo muito cansados por ter trabalhado o dia inteiro (morro de inveja de quem pode ficar em casa estudando pra seleção do mestrado). Quando eu era IC, eu podia trabalhar o dia inteiro pensando e escrevendo e ainda estudar a noite que eu não ficava cansada. Por mais legal que seja meu trabalho agora, é um trabalho que não exige muito da minha cabeça. Aí quando eu preciso pensar (pra terminar o meu artigo, por exemplo) parece que meu cérebro não funciona... Agora, por exemplo, só escrevi dois parágrafos e já estou cansada. 
Que coisa... Acho que vou terminar por aqui, então.

Tirando a poeira e teias de aranha...

Erechim, 03 de maio de 2013

      Só para não perder o costume, cá estou eu... Durante uma de minhas habituais crises de insônia, resolvi tirar a poeira e as teias de aranha do Só por Darwin... Fico um pouco frustrada por ter parado de escrever aqui, mas o pouco tempo livre que tenho acabo ocupando com o meu TCC (e o videodocumentário do Longines Malinowski que está muito atrasado!). E o TCC é o responsável por eu escrever hoje.
      Há uma ou duas semanas atrás concluí minhas análises. A princípio, parecia que não havia dado certo. Na verdade, deu errado de certa forma, porque eu esperava que houvesse relação entre a assimetria da carapaça e a heteroquelia. Mas, na verdade, não tem relação nenhuma! Então, hoje à tarde tive um insight (daqueles tipo eureka!) e agora me parece que esse TCC vai sair melhor do que eu imaginava...
      Acho fascinante o subconsciente! Fiquei duas semanas inconscientemente tentando encontrar uma solução para o problema da minha pesquisa e, sem que eu estivesse pensando nisso veio a resposta: TAMANHO! Parece sem sentido, mas pra mim faz todo o sentido do mundo! Agora é "só" escrever a monografia (e ler, e ler, e ler, e ler, e escrever, e ler, e ler...).
      Quem estiver curioso deve ser paciente e esperar sair o artigo (daqui uns pares de meses, claro!).


Os dilemas da humanidade e a seleção natural (mais uma vez!!)

Erechim, 18  de fevereiro de 2013

      A Reunião para Discussão de Artigos do Ecomorf, ou RDAE (mentira, não tem esse nome!!), de hoje foi muito interessante (parece que a Biologia da Conservação traz angústias ao meu orientador!). Falamos sobre alguns dilemas da humanidade, avanços tecnológicos, viagens intergaláticas e materialização de hamburgers (morram de inveja do meu trabalho!) e, claro, a falta de acesso às tecnologias por parte da população mais pobre.
       O assunto "pobreza" é um pouco delicado, pois muitos não dão a mínima importância enquanto outros têm o desejo de ajudar, distribuindo recursos, como água, alimento, saúde, educação, e essas coisas que parecem tão bonitas, mas são difíceis de sair do papel; intenções que raramente viram ações... Claro que eu faço parte do segundo grupo, e minha ação tem sido ser professora (acreditem, é uma grande coisa!).
      Deixando a parte humanista da história de lado, como bióloga (ou futura bióloga, como queira) não pude deixar de fazer uma observação um tanto quanto desumana: Não seria essa pobreza uma forma de seleção natural? 
      Na África (ou qualquer outro ambiente inóspito da Terra), onde os recursos são escassos, muitas pessoas (muitas mesmo) acabam morrendo pela fome ou acometidas por algumas doenças. Nesses locais, apenas os indivíduos "mais bem adaptados", ou seja, com maior imunidade e mais resistentes à falta de nutrientes, é que sobrevivem. E isso acontece da mesma forma como acontece com outros animais (e com plantas também, para completar a minha blasfêmia)! 
      A prova mais comum de que o ser humano é um animal como qualquer outro é a seleção sexual. Ou vai me dizer que homens fortes (para nos proteger) e mulheres com seios fartos (para amamentar) e ancas largas (para parir) não são "mais atraentes" que homens e mulheres franzinos? Nós só não temos predadores porque aprendemos a nos defender, vivendo em grupo e utilizando armas (coloque um homem desarmado sozinho em frente a um urso faminto e veja o que acontece!).
       Me enrolei demais, como de costume. Mas, em síntese, o que quero dizer é que tudo o que acontece com a humanidade é a evolução. Seleção natural, tal qual como acontece com todos os seres vivos da face da Terra! Infelizmente nossa cultura nos impede de nos ver como simples animais. E, talvez, esse seja nosso maior problema, pois, se nos enxergássemos como membros integrantes do meio ambiente, não seria tão difícil conservar a natureza.

Primeira reflexão sobre Portugal

Erechim, 08 de fevereiro de 2013

      A insônia é minha maior motivadora para escrever esse diário. Até agora, só dois textos foram escritos durante o dia! Mas isso foi apenas uma observação...
      O motivo para eu estar escrevendo é o futuro, ou seja, o mestrado.
     O Gui foi aprovado na primeira etapa do Ciência Sem Fronteira, para ir estudar um ano em Portugal. Quando ele se inscreveu, eu fiquei empolgada e pensei em ir junto, porque um dos meus maiores sonhos é morar um tempo fora do país. Mas, agora, pensando melhor, se eu ficar um ano fora, acho que vou "esfriar" pro mestrado. Claro que eu posso aproveitar esse tempo lá pra estudar, ler a bibliografia indicada das seleções que eu quero fazer... Mas o que me preocupa é parar de produzir, ficar um ano sem pesquisar nada, sem ir a eventos, sem publicar nada. Se eu for, talves seja um ano morto pra minha carreira.
      Sei que na hora de decidir vou saber o que fazer. Ainda tenho tempo para pensar, então, fica aqui apenas a primeira reflexão sobre o assunto...

Carolus Linnaeus, o safadinho...

Erechim, 04 de fevereiro de 2013

      Estava lendo o artigo que será discutido hoje à tarde, no Ecomorf, e me espantei ao ver que Linnaeus descreveu a planta do estudo. Depois disso, só conseguia pensar "Meu Deus! Ele descreveu quase todas as plantas que eu conheço!".
      Então, fui pesquisar a respeito e descobri que ele é um grande sem-vergonha! Eu o imaginava como sendo um desbravados, que viajava pelo mundo inteiro, coletando e descrevendo espécies dos lugares mais longínquos... Estava enganada. Ele fez uma que outra excursão, mas não viajou pelo mundo inteiro! O safadinho (que, a propósito, era médico e não naturalista) pegava as plantas do jardim de George Clifford (que, a propósito, nunca levou o crédito), que tinha espécies do mundo inteiro trazidas por mercadores holandeses!! 
      Que decepção hein, seu Carolus!!

Nota:

      Não tiro todo o crédito dele, porque, com certeza, ele era muito inteligente (só um exemplo: foi pra a Universidade de Harderwijk, nos Países Baixos, pra fazer o doutorado e concluiu em poucos dias!).

Um episódio de seleção natural

Erechim, 28 de janeiro de 2013

      Acabo de acordar no meio da noite e presenciar a seleção natural acontecendo...
      Ao acender a luz do quarto, avistei dois mosquitos na parede que fica na cabeceira da cama. Então, me aproximei lentamente e os matei. Apaguei a luz e deitei. Após alguns segundos, o Gui levantou e saiu do quarto, deixando a luz acesa. Aí percebi que havia um terceiro mosquito. Esse estava mais afastado, escondido, por isso não o havia notado antes.
      E o que a seleção natural tem a ver com isso?
      Nesse caso, o comportamento dos dois primeiros mosquitos - de permanecerem próximos à comida, ou seja, eu - os levou à morte! Enquanto o comportamento do terceiro mosquito - de procurar um lugar mais afastado do alimento - garantiu sua sobrevivência. Quando me aproximei para matá-lo, ele conseguiu escapar e se escondeu.
      Depois do "episódio", perdi o sono, como de constume, e tive que sair da cama.
      Quando eu voltar espero encontrar o "Espertinho"!

Mais tarde...

      Ainda não consegui dormir...
      Estava pensando no Espertinho e se seu comportamento foi apenas coincidência ou se foi uma decisão consciente...
      Eu acredito que os animais pensam - claramente, algumas de suas atitudes mostram isso! As pessoas costumam chamar essas atitudes de "estinto", mas o que é esse estinto, senão um animal pensando no que vai fazer para sobreviver? O homem chamou de estinto porque quer se achar especial, quer ser o único animal que pensa... (Coisa da igreja, claro!)
      Um fato que prova isso é o próprio nome da nossa espécie: Homo sapiens. Mas só o homem é sábio? Não existe nenhum "Elephas sapiens" ou um "Pan sapiens", mas sabemos que elefantes e chimpanzés são animais muito inteligentes!
      Enfim, o homem tem que ser especial, afinal "foi criado a imagem e semelhança de Deus".
      Rá-rá!

Nota:

      O Espertinho sobreviveu! Não o encontrei em lugar algum... Dormi sem cobertas porque estava quente. E pra ele se alimentar, afinal, ele mereceu!

Manejo e o papel do biólogo

Erechim, 24 de janeiro de 2013

      É incrível como o manejo pode salvar espécies! Eu estava assistindo ao Discovery (de novo!) e um documentário mostrou que no norte dos Estados Unidos, a carpa asiática (introduzida pelo homem) se procria como uma peste, colocando em risco espécies nativas como o esturjão e o peixe-espátula, através da competição pelo alimento. Seria simples resolver o problema se cada pessoa dos EUA comesse uma carpa asiática por semana... Mas eles não fazem isso porque, claro, eles não acham tão saboroso quanto um McDonald ou um frango frito! Enfim, tiveram que encontrar outra maneira de tentar combater essa praga. Criaram no Mississipi uma competição de pesca, na qual quem pescava mais carpas asiáticas ganhava. E todas as carpas pescadas são destinadas à fabricação de ração para peixe. Depois, em outro documentário sobre pesca de caranguejos, eles deixam os jovens e as fêmeas voltarem para o mar, para garantir a continuidade da espécie!
      Acho que esse é o papel principal do biólogo: observar o que acontece na natureza, identificar os problemas e propor soluções. Ou seja, achar formas de consertar o que foi estragado pela humanidade e impedir que surjam novos estragos. Seria bom se o resto das pessoas colaborassem...
     

Relatório parcial - Iniciação Científica

Erechim, 16 de janeiro de 2013

       Definitivamente, eu não posso pensar em trabalho antes de dormir! O resultado é sempre o mesmo: perco o sono e tenho que levantar pra trabalhar! Agora, são 2:25 da madrugada e aqui estou eu! Pelo menos consegui terminar o relatório da bolsa de IC! Meu Deus! Todas as frases até agora terminaram com um ponto de exclamação! Enfim, até que o relatório ficou bom (considerando que eu fiz em uma noite!).
      Fiquei ansiosa para terminar essa pesquisa... Tem muita diferença entre o "grau de heteroquelia" (acho que eu que inventei isso) de A. platensis e A. singularis. Mas é muita diferença MESMO! Acho que eu tenho que me tratar, não é possível uma pessoa normal gostar de fazer isso! É melhor eu ir dormir (depois de revisar as referências, claro).

Sobre ilhas (Bornéu)

Erechim, 11 de janeiro de 2013

       Estava assistindo a um documentário sobre as criaturas estranhas de Bornéu, como um esquilo minúscilo, um bicho-pau de um metro (o maior inseto do mundo) e o macaco-narigudo. Realmente, ilhas são lugares maravilhosso para estudos evolutivos. Então fiquei pensando em alguma ilha próxima para eu fazer o mestrado...
      Lembrei de um poster que eu vi no SELCS, em Santa Maria. Era de um bolsista de IC, sobre a distribuição de Aegla em Santa Catarina. O orientador dele disse que encontraram registros de Aegla em uma ilha em SC. Seria o estudo perfeito! Coletar na ilha e no continente... É provável que tenha um processo de especiação ali, ou melhor, que ele já tenha sido concluído! Eu teria, nesse caso, que fazer o mestrado em Erechim ou em Santa Maria...
      Pensando no futuro, eu não preciso me deter em crustáceos... Posso trabalhar com morfometria e ilhas!
      Seria fantástico! :)

Iniciando o diário

Caxias do Sul, 01 de janeiro de 2013

      Estou cada vez mais inclinada a acreditar no "ócio criativo". Os últimos dias me levaram a ter a ideia de escrever um diário. Não como aqueles em que eu escrevia sobre pensamentos e paixões da adolescência, mas um diário para escrever sobre minhas reflexões a respeito da vida e da ciência...
      A cada dia que passa, a cada página que leio de "As cartas de Darwin" e "O bico do tentilhão", percebo que Darwin se torna cada vez mais uma figura em que desejo me espelhar. De forma alguma acredito que eu tenha a capacidade de formular uma teoria como a da origem das espécies. Longe disso, até porque a ciência atual é diferente. Na época de Darwin (e Linneaus antes dele), tenho a impressão de que a ciência era mais simples e pura. Haviam perguntas simples precisando de respostas... Hoje, parece que todas as perguntas simples já foram respondidas!
      Então, hoje inicio meu caminho na tentativa de percorrer os passos de Darwin ao iniciar este diário. Constantemente fico "devaneando" (se é que essa palavra existe!) a respeito dos meus trabalhos e pesquisas, e sobre a ciência como um todo. Porém, os pensamentos se perdem pelo esquecimento. O diário será uma forma de recordá-los e aprofundá-los.

      Espero ter sucesso nessa nova jornada :)