Sobre não abandonar o blog...


   Essa foi uma semana longa, muito longa. Mesmo estando morta de cansada, resolvi abrir o Só por Darwin pra postar um pequeno texto que escrevi hoje na aula de Ecologia de Ecossistemas (falando sobre teias tróficas e transferência de energia). Não tem muito pé nem cabeça, mas foi o melhor que consegui fazer depois de traduzir simultaneamente um artigo em voz alta (que matou minha concentração e a minha garganta)!



   Um ecossistema é constituído pelas partes biológicas e físicas da natureza, unificadas pela dependência e contribuições dos organismos para a manutenção das condições e composição do mundo físico. Os estudos dos padrões que ocorrem dentro dessas unidades vêm ganhando notabilidade desde o início do século 20. Estudiosos como Elton, Tansley, Lotka, Lindeman e Odum criaram conceitos, elaborando e discutindo modelos como a transferência de energia entre os organismos participantes de teias tróficas, incluindo desde os produtores primários do ecossistema aos predadores de topo dessas cadeias. 
   A principal fonte de energia utilizada pelos seres autotróficos é a radiação solar, que é assimilada através da fotossíntese, produzindo energia química na forma de carboidratos. Essas moléculas formadas podem ser rearranjadas, reunidas e combinadas com outros nutrientes (fornecidos pelo ambiente), formando novos compostos essenciais à estrutura e funcionamento desses organismos. 
   Os seres autotróficos – aqui destacados os fotossintetizantes – formam a base das cadeias alimentares, servindo de alimento para consumidores herbívoros que, por sua vez são consumidos por carnívoros e assim sucessivamente. Essa transferência de energia de um nível trófico a outro segue os princípios da termodinâmica, em que o trabalho é convertido em energia térmica e essa não pode ser convertida em trabalho. Então não há perda de energia, mas grande parte é dissipada na forma de calor respiratório, devido ao trabalho executado pelos organismos daquele nível trófico. Assim, apenas cerca de 10% da energia inicial poderá ser aproveitada pelo próximo nível trófico através do consumo da biomassa produzida. Essa parcela de energia que não pode mais ser transformada em trabalho nas transformações termodinâmicas é mensurada pela entropia. 
   Esse padrão de transferência de energia foi ilustrado na forma de pirâmides de energia, onde a quantidade de biomassa produzida, ou seja, a energia que estaria disponível para o próximo nível, é representada quantitativamente para cada nível trófico. Diferentes tipos de ecossistemas podem apresentar pirâmides de energia diferentes, mas, em geral, os produtores apresentam a maior produtividade e essa vai se reduzindo de um nível trófico a outro. 
   Ainda existe um grande interesse por parte dos ecólogos em estabelecer essas relações complexas das teias tróficas, compreendendo o papel de cada espécie nas cadeias de transferência de energia. Também são necessários mais estudos para entender como a presença ou ausência de organismos pode influenciar comunidades. São questões que remontam ao tempo de Elton e Tansley, mas que ainda precisam ser mais bem discutidas para que se tenha uma compreensão mais ampla do funcionamento dos ecossistemas.

  E é isso. Só coloquei aqui pra não deixar o blog sem postagens por tanto tempo. Quando der tempo/inspiração eu escreve alguma coisa.

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